Estar em confinamento durante a pandemia do novo coronavírus, a qual não se sabe com exatidão quando terminará, é uma tarefa desgastante e pode causar impactos negativos na saúde das pessoas. Entre estes impactos estão alguns excessos que acabam tornando-se maus hábitos.
“O confinamento e o isolamento social são, sem dúvidas, fatores de risco para uso abusivo de álcool, tabaco e inclusive alimentos”, afirma Zila Sanchez, professora do departamento de medicina preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
A situação de pandemia, prossegue Sanchez, causa nas pessoas sentimentos de medo, ansiedade e até insônia. Como ressalta o psiquiatra Alexandre Karam, esses sentimentos e as inseguranças podem vir não só do isolamento social mas “do medo pelos riscos à saúde e também por problemas financeiros”.
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Sanchez e Karam explicam que, a curto prazo, como saída, as pessoas podem procurar por estes excessos. Por isso, durante este período, é importante estar atento a si mesmo e ao comportamento de pessoas próximas para evitar consumos exagerados e hábitos pouco saudáveis.
Zila Sanchez usa o exemplo do álcool, e relata que muitas pessoas “pensam que [beber] ajuda a relaxar e reduzir o estresse, e por isso se ‘automedicam’”. No entanto, destaca, esta é uma forma inadequada de resolver o problema.
“Além do efeito [de medicação] não se sustentar, a ansiedade é ainda maior quando ele passa”, diz Sanchez.
Assim, continua a professora, ao longo do tempo o corpo se adapta às doses e passa a ‘precisar’ de mais doses para estes efeitos momentâneos.
Segundo ela, todos os consumos em excesso de bebida alcóolica, cigarro ou mesmo na alimentação não são saudáveis, e “podem trazer consequências imediatas e outras que seguirão ativas após a pandemia”.
Cuidados
Para quem notou mudanças no próprio comportamento ou de pessoas próximas, os especialistas indicam que uma rotina de exercícios físicos é um aliado para manter a saúde mental em dia.
A prática de alongamentos e meditação também pode ajudar a aliviar o estresse durante a rotina, reduzindo, assim, a busca por formas menos saudáveis de compensações.
Zila Sanchez aconselha também que as pessoas evitem ficar muito tempo em frente a telas de celular, computador ou televisão.
“E, se for consumir bebidas alcóolicas, que seja em momento de refeição e uma dose ao dia. No caso do cigarro, o ideal é reduzir o consumo, e, ao fumar, evitar a presença de outras pessoas por perto”, diz ela.
Nos casos mais graves, como alerta Alexandre Karam, é válido procurar por profissionais como psicoterapeutas ou psiquiatras.
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