Viver sem ou quase sem água potável está se tornando a norma na Venezuela. Famílias venezuelanas estão há meses sem receber água depois de um blecaute e da falta de manutenção dos encanamentos interromperem o fornecimento
A Reuters entrevistou algumas dessas famílias que, segundo a agência de notícias, estão conservando o máximo de água que podem tirar dos rios e comprar nas lojas
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A dona de casa Yuneisy Flores, 31, está reutilizando a água. Yuneisy contou à Reuters que ela, o marido e os dois filhos tomam banho em um tanque de 18 litros para poder reciclar a água e usar para lavar a louça, por exemplo. ‘É difícil, muito difícil. A água agora virou ouro’
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De acordo com a agência, cinco litros d'água custam cerca de US$ 2, o equivalente a quase R$ 8, em um supermercado de Caracas, o que está fora do alcance de muitas pessoas de baixa renda na Venezuela, onde o salário mínimo mensal é de apenas US$ 6 por mês, pouco mais de R$ 23
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‘Temos que economizar porque não sabemos quanto tempo essa situação vai continuar’, disse a advogada Yudith Contreras, 49, à Reuters. Ela contou também que já tem dois anos que chega pouca água no apartamento onde mora e por isso optou por pegar água nos riachos que correm abaixo da montanha de Avila, acima de Caracas
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Alguns moradores do mesmo prédio que Yudith já esgotaram seus estoques de água. ‘Acabou tudo o que eu tinha economizado’, contou o motorista aposentado David Riveros
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O governo do presidente Nicolás Maduro colocou a culpa da escassez de água no país em uma ‘longa seca’ e acusou a oposição de sabotar os fornecimentos de água. Juan Guaidó, líder da oposição e presidente autodeclarado do país, afirmou que o problema se deve à falta de manutenção nas redes de energia e água
O blecaute no início de março fez com que a Venezuela mergulhasse ainda mais no caos. Desde então, Maduro prometeu colocar tanques de água nos telhados de casas e de apartamentos para aliviar o problema
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