"A liberdade não tem preço". Essas são as palavras de Alessandro Santos, de 20 anos, que ficou preso injustamente durante oito meses por um crime que não cometeu. Ele foi acusado de homicídio no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da capital fluminense, e teve sua moto confundida com a do homem que efetuou o disparo fatal.
A promotora do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) Carmen Eliza Bastos, que foi afastada do caso Marielle Franco por postagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, é um dos personagens desta história.
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“Ela que manteve ele preso. Ela não deixou ele falar nada [durante a audiência]. Foi fria e calculista. Não deixou ele falar nada, só acusou, na verdade. Parece que ela estava intencionada a manter ele na cadeia”.
As palavras são de Aleksandre Martins dos Santos, pai de Alessandro, sobre a forma de atuação da promotora à frente do caso. Ele conta que foi três vezes de forma independente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, mas não foi ouvido.
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Segundo a família de Alessandro, Carmen Eliza não optou pela soltura de Alessandro em sua primeira audiência, mesmo ninguém o reconhecendo como autor do crime, principalmente a família da vítima. "Os policiais ficaram surpresos que Alessandro não foi solto no dia da audiência", conta o pai do jovem.
De acordo com Aleksandre, “não solta ele não, deixa ele preso”, foi uma das frases que teve de ouvir dos promotores do Ministério Público. Segundo ele, durante a audiência, o filho não pôde se defender.
O porquê da prisão
Alessandro foi preso por conta do depoimento de uma testemunha segundo quem ele teria matado uma pessoa em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mas, imagens de câmeras de seguranças que registraram o crime mostram que a cilindrada da moto do assassino é diferente da possuída por Alessandro. "Os assassinos usam uma moto de 125 cilindradas e a do meu filho é de 160", disse Aleksander.
Ao R7, ele contou que o suspeito de pilotar a moto se entregou e espera que seu filho seja inocentado. A família de Alessandro pretende entrar com um processo contra o Estado.
A reportagem procurou o Ministério Público para obter um posicionamento sobre a conduta da promotora, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
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