O presidente Jair Bolsonaro receberá nesta segunda-feira (29), em Brasília, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, com as tensões entre os dois países sobre as políticas de conservação da Amazônia como pano de fundo.
Está previsto que o titular da diplomacia francesa se encontre primeiro com o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo no Palácio Itamaraty, segundo a agenda oficial.
Depois, os dois participarão de uma coletiva aos veículos de imprensa sobre os aspectos tratados na reunião e, em seguida, haverá um almoço em homenagem a Le Drian.
No início da tarde, Araújo acompanhará o ministro francês até o Palácio do Planalto, onde Le Drian se reunirá com Bolsonaro.
Bolsonaro já criticou em diversas ocasiões o Acordo de Paris, mas, por fim, decidiu manter o Brasil no mesmo, e manifestou várias vezes o desejo de "explorar" as riquezas minerais da Amazônia junto com outros países.
"O Brasil é nosso, a Amazônia é nossa", exclamou ontem o presidente durante uma cerimônia militar no Rio de Janeiro, na qual reivindicou a soberania do país sobre a maior floresta tropical do planeta.
As políticas agressivas de Bolsonaro em relação à Amazônia ameaçam dificultar a ratificação do acordo de livre-comércio alcançado entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a União Europeia (UE) em alguns países da Europa, como a França.
Bolsonaro também se queixou ontem que o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, lhe pediram, segundo ele, que "demarcasse mais 30 reservas indígenas" e ampliasse os territórios protegidos no país durante a última reunião do G-20.
O presidente brasileiro já fez duras críticas em outras ocasiões contra o que ele chama de "ambientalismo xiita", praticado, segundo ele, pelas ONGs, assim como contra a "indústria de demarcação de terras indígenas" promovida por governos anteriores ao seu.
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