Pastores e colaboradores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus estão sendo ameaçados e expulsos de suas casas em Angola, em novas ações de ex-integrantes expulsos da instituição.
Nesta sexta-feira (26), religiosos brasileiros foram obrigados a deixar suas casas às pressas. Também foram pressionados com ameaças até mesmo contra a própria vida e sem interferência das autoridades angolanas.
Muitos desses brasileiros moram em casas anexas a templos que foram invadidos violentamente por ex-integrantes nas últimas semanas.
"Nós estamos aqui eu e a minha esposa, aflitos, ajeitando as coisas para sair daqui, pois a gente não sabe o que vai ser. Estamos precisando de ajuda, precisando de socorro, para ter uma direção e ver o que vamos fazer", afirmou um dos pastores ao lado esposa.
Essas ações criminosas têm acontecido com frequência nas últimas semanas, na maioria dos casos com violência e agressões.
Em um comunicado, a Igreja Universal no Brasil afirma que vem cobrando das autoridades angolanas uma atuação firme para coibir as invasões e ameaças contra os cidadãos brasileiros vítimas destes crimes.
"Os ex-pastores e ex-bispos, afastados, tomados por sentimento de ódio, utilizaram de ataques xenófobos, agrediram e feriram pastores e esposas de pastores e funcionários, usando a violência, com objetivo de tomar de assalto a igreja, com propósitos escusos", afirmou a Igreja.
Segundo Luis Fernando Baracho, professor de direito internacional da Universidade São Judas Tadeu, é obrigação do estado brasileiro proteger seus imigrantes em outro país.
"A lei do imigrante estabelece que o estado brasileiro, ele deve conduzir uma política pública para os imigrantes e neste sentido essa política pública deve seguir a proteção e prestação de assistência consular, por meio das representações que o Brasil tem no exterior, bem como a atuação na defesa dos direitos do imigrante brasileiro", explicou Baracho.
O R7 entrou em contato com o Itamaraty para saber quais as medidas diplomáticas estão sendo tomadas junto ao governo de Angola para coibir esses crimes e preservar a integridade dos brasileiros naquele país.
Por meio de nota, o órgão afirmou que "acompanha a situação dos cidadãos brasileiros no exterior, no sentido de garantir pleno respeito a seus direitos à luz da ordem jurídica local e do Direito Internacional".
"O Ministro Ernesto Araújo conversou na última terça-feira, 23/06, com o Chanceler de Angola sobre a preocupação do Governo brasileiro com os fatos ocorridos e transmitiu-lhe a expectativa de que seja garantida a segurança dos brasileiros da Igreja Universal. O Chanceler angolano comprometeu-se a prestar toda a atenção ao assunto. O Ministro Araújo está buscando novo contato com seu homólogo angolano para tratar, lamentavelmente, dos novos incidentes que vêm ocorrendo nos últimos dias", afirmou ainda o Itamaraty em nota.
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