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Venezuela: Conselho de Segurança da ONU vota textos de EUA e Rússia

EUA diz que eleição de Maduro é ilegítima e Rússia defende não intervenção
EUA diz que eleição de Maduro é ilegítima e Rússia defende não intervenção Comunicação Palácia Miraflores via EFE - 26.2.2019

O Conselho de Segurança da ONU votará nesta quinta-feira (28) duas resoluções sobre a Venezuela, uma proposta pelos Estados Unidos exigindo eleições presidenciais e outra apresentada pela Rússia, que respalda o presidente Nicolás Maduro.

O órgão discutiu esse assunto em uma acalorada sessão nesta terça-feira, na qual o enviado dos EUA para a Venezuela, Elliot Abrams, pediu à comunidade internacional mais sanções e mais pressão para conseguir que Maduro deixe o poder.

Segundo fontes diplomáticas, os dois textos já circularam entre os demais Estados-membros e a expectativa é que sejam votados na mesma reunião.

EUA: processo pacífico para garantir novas eleições

A minuta americana, à qual a Agência Efe teve acesso, pede o início de "um processo político pacífico" na Venezuela que conduza a eleições presidenciais "livres, justas e críveis", por considerar que as de maio do ano passado, quando Maduro foi reeleito, não foram legítimas.

O texto solicita ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que use seus "bons ofícios" para assegurar esse processo eleitoral e pede que se evite uma maior deterioração da situação humanitária, permitindo a entrada de assistência sem impedimentos para todos aqueles que a necessitam.

Rússia defende Maduro

Diante da decisão dos EUA de solicitar uma votação dessa resolução, a Rússia reagiu propondo seu próprio texto, que, segundo fontes diplomáticas, adverte contra as ameaças do uso da força na Venezuela e enfoca em princípios como a soberania nacional e a não-intervenção.

Desde o início da crise, a Rússia deixou claro seu apoio a Maduro e criticou com muita dureza as ações dos Estados Unidos, que, segundo Moscou, buscam unicamente uma "mudança de regime".

Para seguir adiante no Conselho de Segurança, um projeto de resolução necessita do apoio de pelo menos nove dos 15 membros, um número que, a priori, os EUA têm mais chance de conseguir.

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No entanto, o texto americano enfrenta um mais que provável veto da Rússia e talvez da China, razão pela qual previsivelmente não será aprovado.

A minuta russa, por sua parte, não contaria a princípio com o mínimo de votos necessários, como aconteceu neste mês de janeiro quando a delegação da Rússia tentou, sem sucesso, impedir que o Conselho de Segurança realizasse uma reunião sobre a Venezuela.

Semanas atrás, tanto Washington como Moscou tinham posto sobre a mesa diferentes textos sobre a Venezuela, mas nenhum deles chegou a ser votado.

Os EUA decidiram finalmente dar o passo após o fracasso no final de semana passado da operação humanitária organizada pela oposição venezuelana e bloqueada pelo governo de Maduro.



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