Dez anos depois de ser idealizado, um gigantesco lago artificial capaz de produzir ondas iguais às do mar foi inaugurado nesta semana em Bristol, no Reino Unido.
O complexo, chamado The Wave (A Onda), custou 26 milhões de libras e pode gerar até mil ondas por hora.
Ele cria desde pequenas ondas, para quem está aprendendo a surfar, até rápidas e grandes ondas que formam tubos, para surfistas experientes.
Os donos dizem que o complexo funciona com energia 100% renovável e afirmam que ele é uma "sala de aula perfeita" para ampliar a conscientização de questões ambientais como poluição por plástico e emissões de carbono.
O complexo ocupa uma área de 300 mil metros quadrados. Só o lago tem 180 metros de comprimento e 200 de largura.
As primeiras pessoas a surfar nas ondas do lago foram selecionadas entre centenas de candidatos.
O complexo também foi planejado para tornar as ondas acessíveis até para pessoas com deficiências severas.
Entre os surfistas que inauguraram o complexo estavam Marshall Janson, um jovem que perdeu as mãos e pernas quando teve meningite, Claire Moodie, que criou uma ONG para combater a poluição por plástico, e um grupo de crianças.
O parque foi idealizado pelo empresário Nick Hounsfield.
"Temos um grande oportunidade de tirar as pessoas, especialmente as crianças, da frente do computador, levá-las ao ar livre, fazê-las interagir com a natureza, e melhorar a saúde e o bem estar físico e mental das pessoas", diz ele.
Hounsfield diz que no começo se preocupava com a possibilidade de receber críticas negativas de ambientalistas.
"Tenhos amigos que são experientes militantes pelo meio ambiente, e eu me preocupava que construir algo tão artificial assim, como se isso de alguma forma desvalorizasse [o projeto]", diz ele.
"Mas eles se mostraram entusiasmadas com o The Wave, porque será a maneira perfeita de levar a mansagem [sobre a importância da preservação ambiental] de uma forma que atraia as pessoas."
"Existe uma grande falta de conexão entre as pessoas que moram em cidades e muitas vezes não entendem o impacto das escolhas que fazem no dia a dia no ambiente costeiro", diz Hounsfield. "Tudo afeta, desde a forma como lidamos com esgoto às nossas escolhas de produtos descartáveis."
As construções do complexo são feitas de madeira renovável e protegidas do frio com uma fibra de madeira sustentável. Todos têm painéis solares.
O presidente do parque aquático, Craig Stoddart, diz que a empresa gasta 100 mil libras a mais por ano para usar energia renovável.
Cerca de 16 mil árvores estão sendo plantadas no local, campos de flores e áreas alagadas também estão sendo criados — a ideia é ter um espaço para aprendizado ao ar livre.
"Minha missão era tirar crianças da cidade e levá-las para brincar na natureza", diz o paisagista Ian Richardson. "E também para os mais velhos, dar a eles espaço para estarem em um ambiente natural."
O The Wave foi construído em uma antiga área agrícola, de acordo com Richardson, que tinha "pouca diversidade e ecologia".
"Tivemos de prestar atenção a onde o lago estava e como ele se relacionaria com o paisagem. Por exemplo, o que poderíamos fazer com todo o solo que tiramos [do local], como poderíamos usá-lo para melhorar a biodiversidade e o ambiente", diz ele.
O parque The Wave está dentro de uma área de conservação da floresta de Avon. "Em vez de criar um uma 'ilha' de natureza, eu queria conectá-la com o ambiente, para permitir que a flora e a fauna se espalhem", diz Richardson.
As aulas para iniciantes custam cerca de 55 libras (R$ 284).
No oceano, as ondas podem se formar a milhares de quilômetros do local onde elas quebram, já mais próximo à praia. Elas surgem quando o vento passa pela superfície da água, criando ondulações que vão crescendo ao se afastar do ponto de surgimento.
A onda estão muda de forma, atinge um pico e quebra ao chegar em águas mais rasas.
O tipo de onda depende do tipo de solo marítimo, e o fundo do lago do The Wave foi projetado para criar ondas que imitam as que quebram sobre recifes de corais.
Isso significa que é a onda mais próxima de uma onda natural do oceano quanto a física permite.
Hounsfield começou o projeto com muito pouco dinheiro. "Foram dois anos e meio de reuniões difíceis para conseguir encontrar o local, conseguir permissão para construir e conseguir o financiamento", diz.
Críticos do projeto dizem que ondas regulares, idênticas às naturais, mas produzidas em lagos para surfistas, dão às pessoas uma falsa sensação de segurança no oceano. Alguns surfistas também dizem que isso vai levar à superlotação de praias de surfe.
Hounsfield diz que é possível que haja mais surfistas, mas que eles vão entender o esporte melhor e ser mais conscientes ecologicamente — e mais preocupados com segurança na água. Por exemplo, eles vão ensinar as pessoas a como sair das perigosas correntes de retorno.
E lagos de surfe são um tendência no país — os criadoes assinaram um acordo para criar um novo parque da marca em Londres.
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