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Venezuela tenta superar histórico de crises e rupturas democráticas

Oposição quer a saída de Maduro da presidência
Oposição quer a saída de Maduro da presidência Ramón de la Rocha/EFE/01-05-19

A atual crise pela qual passa a Venezuela pode até ser uma das piores da história do país. Mas não é a única. A democracia é um regime que tem dificuldades de se firmar na Venezuela, desde que o país se retirou, em 1830, da Grã-Colômbia, federação formada pelo que é hoje a Colômbia, o Equador, o Panamá e a Venezuela.

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A partir de então, foram seguidos períodos ditatoriais, intercalados por governos eleitos democraticamente, mas que não perduraram. O país passou os últimos séculos por um longo embate entre a oligarquia e classes populares, mantendo um vácuo entre ambos.

A Constituição federalista de 1864, por exemplo, não conseguiu amainar as desavenças entre liberais e conservadores, que culminaram com a ditadura de cunho social comandada por Antônio Guzmán.

O governo foi deposto por golpe militar de Cipriano Castro, que buscou cancelar a dívida externa e descentralizar a economia (então baseada no café), criando atritos comerciais com países europeus e sofrendo sanções, inclusive por meio de ataques a portos venezuelanos.

Cada caminho adotado era seguido por uma ruptura. O país só se aproximou da democracia após a criação do partido AD (Ação Democrática), por, entre outros, Romulo Betancourt e Romulo Galegos, este um escritor que foi eleito presidente em 1947 e logo retirado do poder, por meio de um golpe.

A semente democrática, no entanto, estava lançada e, em união com o Copei (o outro grande partido que surgiu na época, de cunho democrata-cristão), a AD e a União Democrática Republicana assinaram o Pacto do Punto Fijo, que inclusive tirou da clandestinidade partidos da esquerda e buscava a estabilidade política.

À esta altura, as jazidas de petróleo, descobertas em 1922 no governo ditatorial de Juan Vicente Gómez, já moviam a economia venezuelana. E ajudaram a AD e o Copei, do presidente Rafael Caldera, eleito em 1969, a pacificar a nação que estava há quase 10 anos sob ataques da guerrilha.

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A renda com o petróleo também ajudou a eleger Carlos Andrés Peres, em 1974. Ele nacionalizou as indústrias petrolíferas em 1976, em atitude similar à de Hugo Chavez, que realizou diversas estatizações após ser eleito em 1998, quando a esquerda bolivariana assumiu o poder e rompeu o monopólio da AD e do Copei.

Antes, no entanto, o país, envolto em uma corrupção que enriqueceu apenas os detentores do poder, com a renda do petróleo, já passara por um impeachment (de Andrés Peres, em 1993), tentativas de golpe (que levaram Chavez à prisão em 1992) e o chamado Caracaço, manifestações contra a fome, a miséria, a falta de produtos que assolavam o país em 1989. Na ocasião, a repressão do governo de Andrés Peres deixou pelo menos 300 mortos.

Chavez foi eleito em 1998 com um discurso de ruptura deste histórico de crise. No entanto, seu discurso não teve continuidade, em função da precariedade da economia do país após a queda no preço do petróleo.

Nicolás Maduro assumiu após a morte de Chavez, causada por um câncer, em 2013, mas teve seu discurso esvaziado pela ausência de resultados práticos.

Ele se mantém no poder sob muita pressão interna e externa, com indícios de ter sido reeleito de forma fraudulenta, em 2018, em meio a uma crise social e econômica de enormes proporções.

O país ainda está rachado. Tem uma Assembleia Legislativa (Assembleia Nacional da Venezuela), da qual Juan Guaidó é o presidente, não reconhecida pelo governo, a partir de 2017.

Tem uma Assembleia Constituinte, desde 2017, não reconhecida pela oposição. Tem um governo dito eleito, não reconhecido pela maior parte da comunidade internacional.

E, acima de tudo, tem uma população vivendo uma crise humanitária.

A frase do libertador do país, Simón Bolívar, resume o que ambos os lados pensam neste momento. “Mais custa manter o equilíbrio da liberdade do que suportar o peso da tirania.”

Acontece que cada um dos lados não reconhece o outro, nesta tentativa de equilíbrio. O êxito nas negociações na Noruega, entre governo e oposição, seria vital para que a história não se repita e a democracia, a única alternativa legítima, prevaleça. Mesmo que ainda não esteja madura.

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