Sempre que conversava com Domingos Fraga, batia-me a sensação de que as coisas são permanentes e o mundo não vai acabar. Sereno, bem-humorado, culto, criativo, valente, talentoso, esse jornalista de nascença especializou-se em resolver —-sem ruído, com firme suavidade —- os problemas das redações que chefiou.
Essa singular conjunção de virtudes moldou o estilo de Fraguinha ainda nos primeiros anos de carreira. Em vez de dar ordens, passava instruções. Em vez da voz de comando, ouvia-se o timbre do líder. Em vez de intimidar, cativava. Era um esplêndido ouvinte, mas tomava decisões com a segurança que identifica os condutores de agrupamentos humanos.
Domingos Fraga enfrentou o seu último combate com a bravura e a paciência que sempre esbanjou. Adeus, amigo. Com um beijo e uma lágrima.
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